Entre entender algo, e fazer outro alguém entender algo, há um processo que compreende três etapas. Primeiro, inteligimos um determinado objeto ou situação. Depois, articulamos essa experiência com os conceitos dos quais dispomos ou criamos novos; isto é, contamos para nós mesmos aquilo que inteligimos. Por fim, tentamos transmitir ao nosso interlocutor essa articulação.
A chave para a boa comunicação entre as pessoas, e em âmbito geral, na sociedade, portanto, são os conceitos em comum, e é justamente a falta deles que gera tantas discórdias e discussões infrutíferas. Não nos entendemos simplesmente porque não partilhamos dos mesmos conceitos.
Com a desintegração da língua e da alta cultura nos últimos 50 anos, perdemos essa tela de fundo que permite o câmbio racional de ideias, e nos tornamos um bando de loucos falando sozinhos na maior parte do tempo. “Esquerda”, “direita”, “racismo”, “fascismo” etc, por exemplo, assumem uma miríade de significados distintos para determinados grupos de pessoas, e muitas vezes é simplesmente IMPOSSÍVEL que esses grupos consigam conversar.
Beleza.
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