Parece que existe uma relação profunda, e quase intrínseca, entre
literatura e a Economia da Salvação. Quantos livros, cartas, cânticos,
comentários e muito mais, não foram escritos ao longo desses 2000 anos da
Igreja? Oceanos de tinta e toneladas de caracteres, para a glória de Deus. Ok,
nem sempre...hehe.
E já antes, a relação do povo judeu com as Sagradas Escrituras.
Nenhum outro povo parece ter levado tão a sério a sua literatura. Não era
apenas a expressão do ser humano em relação à vida, ao cosmos e a Deus; mas
também era – é – a expressão do próprio Deus para com o ser humano.
Curiosamente, Jesus não nos deixou nada escrito, apenas seus
discípulos (aliás, diga-se de passagem, já é lugar comum o paralelo com Sócrates).
Aqui entramos no terreno do mistério, e não me cabe especular os desígnios
divinos, mas aponto a seguinte inversão, digamos assim: no Antigo Testamento, através
das mãos do homens, Deus “se tornou” palavra; no Novo Testamento, a Palavra de
Deus se torna um homem, e através do ventre de uma mulher.
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